terça-feira, 25 de outubro de 2016

VERDADE E JUSTIÇA MAÇÔNICA



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                                                                                    Saudações, estimado Irmão!

Na simbologia maçônica, qual é o elemento que representa a justiça?
Qual é o ícone ou ferramenta que produz no Maçom o movimento consciente dos valores das Deusas Themis e Deci, as garantidoras da Justiça entre os homens?
O conceito de Justiça profano, ou seja, fora da Maçonaria, estudado nas cátedras de filosofia, moral e direito, é profundo e abstrato. De forma simples, seria traduzido como um estado ideal de equilíbrio entre poder e dever nas relações sociais, de forma que uma parte não prejudique ou anule a outra.
A Justiça, representada por uma mulher com os olhos vendados, simbolizando “que todos são iguais perante a lei”, é também representada por outra mulher descalça e com os olhos muito abertos, simbolizando “a busca pela verdade”.
Entre os valores de igualdade e verdade, maçonicamente prevalece a Justiça como verdade. O mais sábio é aquele que, antes de assentar-se no Trono de Salomão, deve transpor três degraus: Pureza, Luz e Verdade.
 Verdade é a interação com o que é real, sem distorções ou prejuízos. Portanto, diante de uma situação de busca da verdade ou aplicação do direito, devemos ter:

PRUDÊNCIA - dispor a razão para discernir os fatos.         
FORTALEZA - firmeza em não se desviar dos fatos.          
TEMPERANÇA - domínio das emoções advindas pelos fatos.              JUSTIÇA - firme vontade, pelos fatos, em dar às partes o que lhes cabe.

Neste mundo tão conturbado pela ganância e sede de Poder, temos carência de respeito aos nomes e às instituições. Vivemos permanentemente um pré-julgamento e uma falsa necessidade, a qual não resistimos a prejulgar e nos afastar das Quatro Virtudes Cardeais, presentes no Painel do Grau de Aprendiz.
Em todos os trabalhos de uma Loja Maçônica, a Bíblia deve estar aberta, não como um objeto decorativo, mas para nos lembrar sempre de que ela é uma fonte constante de preceitos e regras, por isto a tratamos como LIVRO DA LEI.
Para todos que aspiram vivenciar o JUSTO e PERFEITO há a Lei no Livro de Efésios, capítulo 6, versículo 14:
“Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça”.
Este artigo foi inspirado no livro “ENCONTROS” da Loja “Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas” (2008) onde na página 95, nosso Grão-Mestre Advitam Lázaro Emanuel Franco Salles, sentencia:
“O Maçom tem por obrigação praticar a justiça, como tem todo cidadão comprometido com a verdade”.
Neste ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem os temas tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudo das Lojas.
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.

Fraternalmente,
Quirino Sérgio Quirino - ARLS Presidente Roosevelt 025 – GLMMG.


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

CABALA E MAÇONARIA- UM DUETO BEM AFINADO


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O conceito do Karma, na doutrina da Cabala, ao contrário do que expressa o Mak Tub, que coloca o destino humano num curso inexorável que só a Divindade pode alterar, ensina que o Criador de todas as coisas já pôs no universo leis naturais que regulam o seu desenvolvimento enquanto estrutura física, e leis morais que regem a existência do homem enquanto elemento co-partícipe do processo de criação. As primeiras são as leis físicas e biológicas ─ relatividade, gravidade, magnetismo, aceleração, movimento, termo-dinâmica, cissiparidade, mitose, etc; ─ as segundas são as leis que proporcionam a formação, a manutenção e o desenvolvimento das sociedades humanas e a própria ascensão do homem em direção a um Porvir. Estas são as chamadas leis da ontogênese e da própria ontologia, como bem as define o grande Teilhard de Chardin.1 Nesse sentido, a crença cabalista em um processo kármico, que se desenvolve segundo certas leis de aplicação universal é diametralmente oposto ao Mac Tub e ilustra bem o milenar conflito entre árabes e judeus, que não se processa apenas no terreno político e ideológico, mas também, e principalmente, no campo da religião.
 Embora a crença na reencarnação seja um elemento fundamental na doutrina da Cabala, ninguém precisa acreditar em reencarnação para estar sujeito á lei do Karma. já que basta uma única vida para se construir o mérito que torna a alma de um homem imortal. Pois, pela lei do Karma, as ações humanas, boas ou ruins, repercutem na eternidade. Para ganhar a iluminação basta, ás vezes, nascer uma única vez.
Literalmente a palavra Karma significa “ação”. É uma vontade que inicia um movimento em algum tempo no passado e tem um efeito em algum outro tempo no futuro. Não precisa ser o passado anterior a nós nem o futuro posterior a nós. Pode ser o nosso próprio intervalo de vida, embora a doutrina da Cabala acredite na existência de vidas passadas e pregue a possibilidade de vidas futuras, com consequências que se transmitem de uma vida á outras. Isso quer dizer que podemos estar pagando pecados de vidas passadas e poderemos pagar em vidas futuras os erros que estamos cometendo agora. Ou ao inverso, se estamos bem agora, pode ser consequência da nossa virtude anterior, ou então seremos pagos em uma vida futura pelo bem que fazemos nesta. Assim, inferno e paraíso ficam mais próximos ou mais distantes de nós e o caminho para um ou para outro fica bem menos incerto do que na doutrina cristã ou islâmica. Na Cabala existem mapas bem precisos que nos levam a um ou outro lugar.
1 Ontogênese é o termo que define o processo evolutivo a que está sujeito o organismo humano desde o seu nascimento, até o seu desenvolvimento. Já a Ontologia (do grego ontos "ente" e logoi, "ciência do ser") é a parte da filosofia que estuda a natureza, a realidade e a existência das pessoas enquanto seres humanos em seus aspectos ético, moral e espiritual. A ontologia, que muitas vezes é confundida com a metafísica, busca umae explicação para a finalidade da vida e para o papel do homem enquanto “ser” em sua estrutura psíquica e suas relações com outros seres, a sociedade e a natureza. Ver, nesse sentido a monumental obra de Teilhard de Chardin- O Fenômeno Humano- Ed. Cultrix, 1986. Para um resumo desse assunto, e suas relações com a maçonaria, ver a nossa obra “Conhecendo a Arte Real” Ed. Madras, 2006.
 A lei do Karma não significa necessariamente uma coisa negativa, como usualmente se pinta. As pessoas costumam dizer, quando acontece alguma coisa ruim “isso é o Karma de fulano”. Uma grande bobagem. Karma é apenas o resultado de uma ação. O Karma é neutro. Não tem nada a ver com recompensas divinas. Ele é o resultado do funcionamento da lei do equilíbrio universal, perante a qual todo movimento, por menor e mais imperceptível que seja, provoca um desequilíbrio em algum lugar, que por sua vez, terá que ser compensado por outro movimento. É a lei da ação e reação. Essa lei foi bem formulada por Edward Lorenz, em 1963, e é hoje conhecida como a Teoria do Caos.
O que serve para estudar a mecânica das leis universais da matéria serve também para explicar o movimento da energia que constitui o lado sutil das nossas existências. Isso porque o universo é um animal único, um organismo tecido como uma rede de relações, indissociáveis e interligadas por todos os pontos. A lei do Karma atua como um sistema dinâmico, auto ajustável, que emite um feedback constante que funciona de acordo com a maneira com a qual nós aprendemos com cada experiência que vivemos. Assim, a reação que temos com o resultado delas é mais importante do que a própria experiência. Por que não é o ato em si que se julga, mas como encaramos o resultado desse ato que importa, porque é esse julgamento que nos levará ao refinamento da virtude ou ao aperfeiçoamento do vício.
É por isso que os termos "bom karma" e "mau karma" não são usados na Cabala no sentido de "bem e mal", mas sim como virtudes a serem desenvolvidas ou mitigadas no caráter da pessoa. Isso porque, as pessoas, em si mesmas, não são importantes, mas sim os resultados que elas produzem com suas ações para o mundo em que vivem. É nesse sentido que a doutrina da Cabala se assemelha ás modernas concepções desenvolvidas pela chamada PNL (programação neurolinguística), que vê a estrutura neurológica humana como uma espécie de Árvore da Vida, subdividida em várias substruturas, semelhantes ás que foram desenvolvidas pelos mestres cabalistas para explicar a construção do universo físico e a estrutura psico-biológica do homem.
Espírito                                         Razão superior (motivação Espiritual) Identidade                                    Razão pessoal (motivação psiquica) Crença                                        Porque fazer? Motivação moral Capacidade                                Com que fazer? Recursos pessoais Comportamento                         Como fazer? Habilidades pessoais
Meio Ambiente                         Onde e quando fazer; Tempo e espaço de                                      atuação                            

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 (No desenho acima mostra uma relação entre os conceitos expressos na Cabala sobre a relação entre o homem e a Árvore da Vida, e os conceitos desenvolvidos pela PNL sobre a estrutura do homem no seu processo de desenvolvimento neurológico).
A Cabala, portanto, é uma doutrina que mitiga as razões do ego em proveito de um melhor resultado para si mesmo e para a coletividade. Daí a razão de ela propor uma troca de atributos egocêntricos (apego, aversão, ódio, indiferença, inveja, arrogância) por outros menos egocêntricos, tais como renúncia, desapego, amor, compaixão, humildade, etc. para que o processo kármico possa ser vivido com mais inteligência e proveito.
2 No desenho da Árvore da Vida temos a identificação de cada séfira com a estrutura física e espiritual do ser humano, Quanto á PNL ela vê o ser humano como uma estrutura formada a partir de vários níveis neurológicos que seguem um caminho ascendente que integra ambiente › comportamento› capacidade› crença› identidade› espirito, em níveis sequenciais de desenvolvimento. Esse modelo foi criado por Robert Dilts (Aprendizagem Dinâmica Vol. 1 e 2- Summus Editorial) para demonstrar os diferentes níveis neurológicos em que uma pessoa reage aos estímulos (informações) que recebe através dos seus sentidos e vai formatando a sua personalidade.

Portanto Karma é resultado de uma ação intencional, consciente, deliberada e voluntária, e nada tem a ver com destino, fatalidade ou recompensa divina.
Por isso é que as ações sem intenção, como caminhar, dormir, respirar, que não geram consequências morais, constituem um karma neutro. Só geram consequências as ações cujo arbítrio são inerentes á atividade de pensar.
Nessa concepção, a Cabala e o Budismo chegaram a conceitos paralelos e complementares. A doutrina budista ensina que existem três portas de entrada para as atividades prejudiciais ao Karma: são o corpo, a mente e a voz. Lista três ações prejudiciais que podem ser praticadas pelo corpo, quatro pela voz e três pela mente. As três ações prejudiciais do corpo são matar, roubar e a prática de comportamento sexual impróprio. As quatro ações prejudiciais da voz são mentir, incitar a prática de atos maldosos, caluniar e repetir inverdades sobre ações de outras pessoas. Já as três ações prejudiciais á mente são a avareza, a raiva e a ilusão. Evitando-se a prática destas dez ações prejudiciais ao nosso karma, nós não atrairemos consequências similares para nossas vidas presentes ou futuras.
A doutrina da Cabala, a esse respeito, vai um pouco além. Para os cabalistas toda causa tem seu efeito, que é proporcional á energia (física e mental) empregada na ação e consoante o seu resultado. Isso quer dizer que as condições que determinam a força ou o peso do karma aplicam-se ao sujeito e ao objeto da ação. Dessa forma, a lei do Karma funciona como se fosse um processo judiciosamente julgado por uma inteligência superior, cujos parâmetros de julgamento são:
· A persistência da ação, sem se importar com o resultado; Contumácia.
 · A intenção da ação e a determinação com que é praticada; Intencionalidade e energia empregada.
· A energia mental posta em ação para a estruturação mental da ação. Planejamento.
· A inteligência da pessoa que pratica a ação. Discernimento.
 · Os resultados (bons ou ruins) das ações pregressas da pessoa (em vidas passadas ou na atual). Antecedentes.
Então a questão principal não está na ação propriamente dita, mas na intenção que a motiva e no resultado que ela trás para o equilíbrio da estrutura cósmica como um todo. Quer dizer, no livre arbítrio com que se age, no propósito egoísta que impulsiona a ação e no prejuízo que ela causa. Por isso, uma boa definição do processo kármico está nos versos atribuídos a um filósofo, ou poeta, chamado Frank OutLaw, que dizem:
“Vigie seus pensamentos; eles se tornam palavras.
Vigie suas palavras; elas se tornam ações.
Vigie suas ações; elas se tornam hábitos.
Vigie seus hábitos; eles formam seu caráter.
Vigie seu caráter; ele se torna seu destino.”

Portanto, Karma não significa um destino traçado ou um livro de vida escrito, como acontece na doutrina do Mak Tub. Cada pessoa escolhe seu karma pelas ações que realiza na vida. Alinhar-se com nosso karma significa descobrir qual é a nossa missão de vida. Uma pergunta útil que pode fazer nesse sentido é a seguinte: qual será a consequência da nossa ação para as outras pessoas e para o mundo em que vivemos? Se tivermos uma resposta positiva para essa pergunta estaremos no caminho certo para um karma bem alinhado. E então poderemos repetir as palavras de Plotino com uma boa dose de certeza científica: “As estrelas em seu percurso combatem pelo homem justo”. Isso é o que também está traduzido na máxima que resume toda a doutrina pregada pela Ordem maçônica: levantar templos á virtude e cavar masmorras ao vício. Nesse sentido, a Cabala filosófica e a Maçonaria cantam um dueto bem afinado.

3 Não se sabe se Frank OutLaw ( “Chico- forada lei “) é um personagem real ou literário e nem se a poesia acima é de sua autoria. Na verdade, essa frase, ou algo semelhante, é citada constantemente nos ensinamentos da doutrina budista.

Irmão João Anatalino Rodrigues.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

ESPIRITUALIDADE MAÇÔNICA



Nesta pequena prancha, irei tentar falar-vos de Espiritualidade, entendendo-a como a vida do espírito, e este, como o poder de pensar. Não deveremos confundir Espiritualidade com religião, que é apenas uma das maneiras de a viver, ou com espiritualismo, que é apenas uma das maneiras de a pensar.
Entendo que a espiritualidade é uma dimensão da condição humana, mais do que o bem exclusivo de Igrejas, Religiões ou Escolas de pensamento.
Tomo como pressupostos que existe uma Espiritualidade religiosa, que pode ser comandada por razões de fé, ou seja, de caráter esotérico, ou por razões de temor, ou seja, de caráter exotérico; e que existe também, entre outras, uma Espiritualidade totalmente diferente, de caráter individual, mas não solitária, libertária na sua essência, a que irei chamar Espiritualidade Maçônica. Será possível uma espiritualidade laica? Provavelmente, mais do que uma espiritualidade clerical ou do que uma laicidade sem espírito!
Será possível uma espiritualidade sem Deus? Porque não? É aquilo a que tradicionalmente chamamos a Sabedoria, pelo menos numa das suas vertentes. Será necessário acreditar em Deus para que viva um espírito em nós?
Passemos à etimologia. A palavra vem do latim spiritus, o que em grego seria traduzível por psukhê (a etimologia, nestas duas línguas, faz referência ao sopro vital, à respiração) e também por pneuma. Isto significa que a fronteira entre o espiritual e o psíquico é porosa... O amor, por exemplo, pode pertencer a ambos. A fé é um objecto psíquico como outro qualquer. Mas é também uma experiência espiritual. Digamos que tudo o que é espiritual é psíquico, mas nem tudo o que é psíquico é espiritual. O psiquismo é um conjunto cujo vértice ou extremo seria a Espiritualidade…
Na prática, fala-se de Espiritualidade para a parte da vida psíquica que nos parece mais elevada: aquela que nos confronta com Deus ou com o absoluto, com o infinito ou com o todo, com o sentido ou a falta de sentido da vida, com o tempo ou com a eternidade, com a oração ou o silencio, com o mistério ou o misticismo, com a oração ou a contemplação. É por isso que os crentes se sentem tão à vontade com ela. É por isso que os ateus têm (ou sentem?) tanta necessidade dela. Da Espiritualidade!
A Espiritualidade, para os crentes, tem um objetivo claramente definido (mesmo que não conhecível), que será um sujeito, que será Deus. A Espiritualidade é aqui um encontro, um diálogo, uma história de amor ou de família. “Meu Pai”, dizem eles. Será isto espiritualidade ou psicologia? Mística ou afetividade? Religião ou infantilismo?
O ateu é menos despojado ou menos pueril. Ele não busca um Pai, nem o encontra. Não instaura um diálogo. Não encontra um amor. Não habita uma família. Mas sim o Universo, o Infinito, o Silencio, a presença do Todo. Não uma transcendência, mas sim a imanência. Não um Deus, mas o devir universal, que o contém e transporta. Não um sujeito, mas a presença universal. Não um Verbo ou sentido, mas a verdade universal. Mesmo que conheça apenas uma ínfima parte dela, isso não impede que ela o contenha completamente…
Uma espiritualidade sem Deus? Será uma espiritualidade da imanência, mais do que da transcendência, da meditação mais do que da oração, da unidade mais do que do encontro, da fidelidade mais do que da fé, da “enstase” mais do que do “êxtase”, da contemplação mais do que da interpretação, do amor mais do que da esperança, e que será igualmente motivadora de uma mística, ou seja, de uma experiência da eternidade, da plenitude, da simplicidade, da unidade, do silêncio…
 Estou em crer que é exatamente na síntese destes dois extremos que se situa aquilo a que ouso chamar a Espiritualidade Maçônica. Mas antes de a procurar definir, deverei afirmar que é apenas no trabalho maçônico que ela poderá ser verdadeiramente aprofundada.
Em primeiro lugar, importa esclarecer que a Maçonaria não sendo uma religião, é profundamente religiosa. É também pressuposto, em particular no nosso Rito, que o trabalho maçônico seja feito à glória do G.’.A.’.D.’.U.’.. No entanto, a Maçonaria não revela nenhuma verdade superior. Pelo contrário, convida os seus membros a procurarem a verdade para a realizarem em si mesmos, o que é profundamente diferente, colocando-os na via dessa procura e dessa realização, situando-se aqui o verdadeiro significado da iniciação.


É na sua própria interioridade que cada Maçom deve descobrir a verdade, longe de qualquer ensinamento ou sistema dogmático que lhe seja administrado do exterior. Ao contrário da maioria das religiões ocidentais, a Maçonaria ensina-nos que a verdade é algo que se deve procurar! Não existe, contudo, qualquer incompatibilidade, para cada Maçom, entre o método maçônico (chamemos-lhe assim) e a verdade revelada da sua religião (se ele a tiver), desde que ele se mantenha um livre pensador…
 (Não sendo eu membro ou fiel de qualquer religião organizada, admito que seja possível, por exemplo, um aprofundamento da espiritualidade religiosa para um cristão, através de uma busca interior no do trabalho de Loja. É de qualquer modo inquestionável a origem cristã da Maçonaria, apesar de uma progressiva descristianização, por um lado, na Maçonaria inglesa, para uma melhor inserção dos judeus no seu seio, e na francesa, por outro lado, por influência do iluminismo. Esta temática caberá, contudo, noutro contexto).
A tolerância é uma das principais virtudes da Maçonaria e do Maçon. Trata-se de uma atitude interior que repousa no respeito pela pessoa humana, pela liberdade de pensamento e pelo percurso intelectual e espiritual de cada um. É neste pressuposto que assenta a minha afirmação de que a Espiritualidade Maçônica é uma Espiritualidade Libertária: ao sugerir um caminho individual para a descoberta da verdade, constrói também um percurso libertador. Esse percurso adquire uma força particular no momento do diálogo: “P: Que vimos buscar em Loja? R: A LUZ!”. É essa Luz, que só o trabalho de Loja é capaz de nos transmitir, que permite a cada um de nós o aprofundamento da nossa própria espiritualidade.
E o que é esse Trabalho de Loja senão o da Construção do Templo? Os Franco-Maçons colaboram conjuntamente na construção de um Templo, o que é determinante do caráter essencialmente coletivo da iniciação maçônica, (contrariamente por exemplo à alquimia, que é uma via iniciática solitária). Assim, se é no interior de si próprio que o Maçom encontra a sua espiritualidade, é no trabalho coletivo da Loja que ele absorve o método para a aprofundar.
 A colaboração no mesmo projeto permite a construção de uma unidade fraternal e espiritual, que assenta na harmonia da Loja, como nós bem sabemos. A construção dessa unidade fraterna e espiritual que é a Loja é o primeiro nível em que se edifica o Templo em que trabalham todos os Maçons. O segundo nível é o da Ordem no seu conjunto. O terceiro, o da Humanidade no seu todo, através da irradiação que os Maçons devem exercer em seu torno, no mundo profano. Reside aqui o verdadeiro significado simbólico e operativo da Cadeia de União.
Poderemos, deste modo afirmar, em jeito de síntese, que a Espiritualidade Maçônica consiste na busca individual da Verdade, que se atinge através da Luz, assente num trabalho coletivo que consiste na construção de um Templo à glória do G.’.A.’.D.’.U.’., e pressupondo o desbaste da pedra bruta que é cada um de nós, tendo por base a tolerância.
Esta tarefa é libertadora porque nos ajuda a combater a injustiça, os preconceitos e os erros, e realiza-se no espaço infinito do Templo, que é cada um de nós, a Loja, a Maçonaria Universal e toda a Humanidade, e na trilogia do tempo, que a nossa língua permite integrar: o meteorológico (a coberto), o cronológico (do meio dia até à meia noite) e o kairológico (em cada momento é o tempo certo).
Porque a harmonia é um acordo feliz e agradável entre vários elementos simultâneos mas independentes uns dos outros, que condiciona a Beleza…, a vontade, a perseverança e o trabalho são o verdadeiro sustentáculo da Força…,
atingiremos um dia a Sabedoria, através da busca da Verdade, que consiste no aprofundamento da nossa Espiritualidade individual! 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

SIMBOLISMO DAS ROMÃS







A importância da romã é milenar, aparece nos textos bíblicos, está associada às paixões e à fecundidade. Os gregos a consideravam como símbolo do amor e da fecundidade. A árvore da romã foi consagrada à deusa Afrodite, pois se acreditava em seus poderes afrodisíacos. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo.
Quando os judeus chegaram à terra prometida, após abandonarem o Egito, aqueles que foram enviados voltaram carregando romãs e outros frutos como amostras da fertilidade da terra prometida. Ela estava presente nos jardins do Rei Salomão. Foi cultivada na antiguidade pelos fenícios, gregos e egípcios. Em Roma, a romã era considerada nas cerimônias e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade.
A bebida extraída da romã entrou para a história durante o reinado de Salomão, em Israel. Ele mandou esculpir a fruta no alto das colunas de seu templo, onde hoje se encontra o Muro das Lamentações, em Jerusalém. Era para lá que os judeus levavam as romãs e outros alimentos sagrados na Festa de Pentecostes. Há ainda a crença de que uma romã possui 613 sementes, o mesmo número de mandamentos escritos da “Torá“.
Entre os plebeus, a romã ganhou outros significados, como amor, união, casamento e fertilidade, todos relacionados à grande quantidade de sementes que a fruta contém e à forma harmoniosa como elas se entrelaçam em sua polpa – na Grécia, por exemplo, era comum às mulheres consumirem romã em eventos religiosos para evocar a fertilidade.
A relação das Romãs com a Ordem Maçônica está na adoção, pela Ordem, do Templo de Salomão como modelo de seus Templos. Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o Templo que cada um de nós tem em si próprio, a Bíblia fornece aos Maçons o Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico.
Todo o templo maçônico, incluindo o soalho, as paredes e o teto, é contemplado no Painel, tendo em sua composição duas colunas, sobre as quais estão plantadas Romãs.
Na maçonaria as romãs são mostradas através de três romãs entreabertas, no topo das colunas J e B. As “romãs da amizade” representam a prosperidade e a solidariedade da família maçônica. Ela é também vista como a unidade que existe entre todos os maçons do universo, da mesma forma que suas sementes, sempre juntas e proporcionando uma acomodação ímpar, acolhendo a todos. Sua simbologia é muito semelhante à Corda de Oitenta e Um Nós.
O grande número de grãos que a romã possui e sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse considerada, na simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e da riqueza. Este, talvez, seja o significado mais correto para as Romãs colocadas sobre as colunas de Salomão. No entanto, também, são simbolizadas como sendo a força impulsionadora para o trabalho e dispêndio de energia.
Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com a energia e a força necessárias para realizarem o trabalho. Os grãos da romã simbolizam a união dos maçons em seus vários aspectos: o fisiológico, porque cada grão possui "carne", "sangue" (o suco) e "ossos", (as sementes). Os grãos crescem unidos de tal forma que perdem o formato natural, que seria redondo; espremidos uns aos outros, são semelhantes a polígonos geométricos, com várias facetas; são lustrosos e belos, lembrando os favos de uma colméia de abelhas; as abelhas trabalham sem descanso e assim lutam os maçons.
A Romã expressa, na sua coloração, a realidade. A coroa de triângulos ou coroa da virtude, do sacrifício, da ciência, da fraternidade, do amor ao próximo, está colocada numa extremidade da esfera. Simboliza o coroamento da obra da Arte Real. A flor rubra representa a chama do entusiasmo que conduz o aprendiz ao seu destino, iluminando a sua jornada. As cores da Romã simbolizam: o verde, o reino vegetal; a amarela, o reino mineral; e a vermelha, o reino animal. As membranas brancas, que não constituem cor, mas a mistura de todas as cores como as obtidas quando o raio transpassa o cristal formando o arco-íris, simboliza a paz e o amor fraterno.
Em suma, a romã simboliza a própria Loja.
A romã é um dos símbolos mais autênticos e tradicionais da nossa Ordem. Nos nossos templos em que Colunas simbolicamente unem a terra com o céu, onde, ostentam as frutas da união - como uma dádiva, como favos de mel das abelhas, cheias de pureza e de beleza, sadias e como uma das mais perfeitas criações da natureza. Cada romã passou a ser a representação de uma Loja e de sua universalidade. Suas sementes, como vimos, representam os Irmãos unidos pelo que é bom, pelo que é sábio, pelo que tem força e beleza, e pelo ideal comum.
A principal lição que devemos levar sobre as romãs está na forma como as sementes mantêm-se unidas "ombro a ombro". Apesar de seus formatos e tamanhos diferentes, as sementes se apóiam em perfeita união. São inúmeras e, como nós, espalham-se pelo planeta.
Cada Maçom deve zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, e a união deve reinar em nosso meio em prol do bem comum.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A MÍSTICA DO NÚMERO 13


Você é supersticioso e acredita que o número 13 dá azar? Tem muita gente que acredita. Se a vaga na garagem tem esse número ele não bota o carro lá de jeito nenhum. Prefere deixar na rua, arriscando ser roubado do que enfrentar a nóia do número 13. Conheço prédios que não tem o 13º andar. Pulam do 12 para o 14 direto. Um corretor de imóveis me disse que apartamentos no 13º andar são mais difíceis de vender.
Dizem que a tradição de considerar o número 13 um número maléfico vem do tempo da velha Roma. É que no antigo calendário romano os dias de lua cheia, por definição, dias de azar segundo uma antiga superstição daquele povo (os dias de ides), caiam, na sua maior parte, no dia 13 de cada mês. Nos ides, (lua cheia), diziam os romanos, aconteciam as transformações más (o lobisomem, por exemplo). Assim, a superstição está mais relacionada com as fases da lua do que com o número, mas lenda é lenda.
Na verdade, ao longo da história, o 13 sempre foi considerado um número mágico, tanto no bom quanto no mau sentido. Homero, na Ilíada, o considerava mau porque Áries, o deus da guerra, ficara preso numa jarra antes de ser libertado por Hermes juntamente com 13 guerreiros. Liberto, o belicoso deus foi logo armando uma guerra entre gregos e troianos. Já Cornélio Agrippa, grande filósofo místico do século XVI o considerava um número sagrado porque foi no décimo terceiro dia do seu nascimento que apareceu no ceú a estrela de Belém, guiando os tres reis magos até a manjedoura onde ele havia nascido. Como ele descobriu essa data ninguém sabe. Mas autoridade é autoridade. Ela fala e agente acredita.
A Cabala admite a existência de treze espíritos malignos e treze vias de misericórdia. Quer dizer, na Cabala os valores do número treze se compensam.
Alguns cristãos místicos dos primeiros séculos do cristianismo tinham horror ao 13, porque ele era o número de Judas. O número de Judas, pela técnica da gematria resulta em 13, e por coincidência ele era o décimo terceiro homem do grupo de Jesus. E foi quem o traiu. Assim, algumas seitas cristãs sequer admitiam mesas com treze pessoas em suas ceias pascais.

A mística da sexta-feira 13.

 E tem também a história da sexta-feira 13. É a lenda do número ligada ao dia. Tradicionalmente a sexta-feira já tem a sua mística própria porque é o dia em que Deus acabou a sua criação e descansou. Portanto, é o dia da incerteza. O que aconteceu daí para a frente? Não se sabe o que Deus fez depois disso. Teria continuado a trabalhar? Ou terá ficado deitado eternamente em berço explendido como o Brasil? A se julgar pela confusão que existe no mundo hoje, talvez a segunda proposição seja a mais correta.
Históricamente, porém, a lenda da sexta-feira treze está relacionada com um fato histórico. Foi no dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, que a polícia do rei Filipe, o Belo, invadiu a fortaleza dos Templários em Paris e botou todo mundo na cadeia. Uma boa parte desses chamados “Cavaleiros de Cristo” acabaram sendo queimados na fogueira. Por causa disso, a sexta-feira 13 se tornaria um dia amaldiçoado.
Porém, a Triscaidecafobia, nome esquisito que foi dado á tradição que considera a sexta-feira treze um dia de azar não tem origem, propriamente, no episódio do ataque feito por Filipe, o Belo, á Ordem do Templo. Isso foi, provavelmente, uma coincidência. Mas serviu para fortalecer a superstição que esse dia é uma data maléfica. Na verdade, a fonte dessa superstição é a própria mística do número 13, que na tradição numerológica tem um grande apelo esotérico. Ele é tido como o número do mal porque vem exatamente depois do número 12, que é considerado o número perfeito, pois este encerra, em si mesmo, um ciclo completo de estruturas simbólicas, como o ano (12 meses), a nação modelo de Deus, Israel (12 tribos), a fraternidade cristã (12 apóstolos), a estrutura cosmológica conhecida pelos antigos astrológos (os 12 signos do Zodíaco), os 12 deuses do Olimpo, etc. Assim, o número 13 simboliza o desequilíbrio dessa ordem perfeita realizada pelo número 12.

O número 12 e a Árvore da Vida.

A tradição de considerar o número 12 um número perfeito vem da Cabala, onde esse número encontra suas maiores aplicações como símbolo representa-tivo de arquétipos espirituais. Segundo os mestres dessa antiga tradição, esse número simboliza a obra de Deus na construção do edifício cósmico. Pois ele é o resultado da combinação interna das quatro letras do nome de Deus, (IHVH), que apresenta como resultado doze possíveis combinações (4.3). Com essas doze combinações Deus construiu o universo, retratado na Árvore Sefirótica. Esta tem dez emanações visíveis (materiais) e duas invisíveis (espirituais).
Assim, as dez séfiras que compõem a Árvore da Vida seriam as dez etapas de manifestação da divindade no universo material e as duas manifestações espirituais são representadas pela séfira oculta, Daeth (O Espírito Santo), e o Cristo, que é a sua manifestação no mundo da matéria. Assim, a tradição cabalística trabalha com a ideia de que a nação de Israel e os seus institutos religiosos e culturais, na forma como foi arquitetada por Moisés (ou por seus rabinos), são uma réplica simbólica do trabalho de Deus na edificação do edifício cósmico. Daí as expressões metafóricas fundamentais presentes em toda a história do povo de Deus: As 12 tribos de Israel, os 12 signos do Zodíaco, as 12 maldições (Deuteronômio, 14; 26), os 12 apóstolos de Cristo, os 12 Juízes, (seis maiores e seis menores), os doze profetas maiores e os doze menores, os (12.12= 144) “assinalados” do Apocalipse de São João, etc.
Daí a idéia de que a aposição de mais um número nessa ordem perfeita teria o condão de desequilibrá-la. Sobrou então para o coitado do número treze, que se tornou, com isso, um número diabólico, que serviria para representar o Opositor na sua tarefa de destruir a Ordem Perfeita construída pelo Criador. Como tal, essa tradição incorporou-se á história dos Templários face á sua prisão ter ocorrido no dia 13 de outubro de 1307, por coincidência, uma sexta-feira. E você, meu Irmão, tem medo do número 13?


 Na figura, a Árvore da Vida com suas dez manifestações visíveis e suas correspondências astrológicas, filosóficas e as relações com o Tarô. Daath, o Conhecimento, ou Gnose, é a décima primeira. A Décima segunda, que seria o Cristo, encarnação do Deus vivo, não aparece no desenho da Árvore, sendo ele uma projeção de Daath no mundo da matéria. Outra séfira, maléfica, de número 13, poderia ser desenhada nessa árvore, representando o Diabo, a força que desequilibra a Árvore. No desenho acima ela é mostrada em suas relações com o Tarô.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Sessão Magna de Exaltação



Na tarde/noite deste sábado dia 23 de junho de 2016, foi realizada na Loja Maçônica São José nº 14, a Sessão Magna de Exaltação dos IIr.’. Emetério Aurino e Luis Gonzaga, ao Grau Máximo da Maçonaria Simbólica, que é o Grau de Mestre Maçom. A Sessão foi presidida pelo Nosso Venerável Mestre Gilberto.

Na foto, ao centro os IIr.’. Novos Mestre Maçons,
Luiz Gonzaga e Emetério Aurino.

Cumprindo o que preceitua os Mandamentos da Maçonaria, e comprometida com o crescimento espiritual e filosófico de Nossa Ordem, a Loja São José nº 14 vem fortalecendo as Colunas de Nossa Instituição com a Exaltação dos Digníssimos
 IIr.’. ao Grau de Mestre Maçom.

Ao final da referida Sessão, como é o costume do Povo Maçônico, foi servido um delicioso jantar à moda Loja São José, organizado pelo Clube de Samaritanas de Nossa Loja, que tem como presidente, muito competente diga-se de passagem, Nossa Cunhada Roberlânia esposa do V.’. M.’. Gilberto Alves de Lima.

Na fila para pegar o Jantar, o famoso "Rega Bofe", os IIr.'. Mário, Analto e Jorge Teixeira, com um saboroso churasco e muita cerveja. 

Como não poderia passar em branco, na ocasião também foi comemorado os aniversariantes do trimestre. 


Com a presença dos Irmãos e Cunhadas que tiveram a comemoração de seus natalícios relembradas durante aquela noite.
Dalê Loja São José nº 14, que venha a iniciação. Que está prevista ainda para este ano.
Valeu Venerável Mestre Gilberto, que assim seja e que o G.'.A.'.D.'.U.'., continue a te abençoar e a sua Administração.  



segunda-feira, 25 de julho de 2016

RESGATANDO A NAÇÃO BRASILEIRA




Nação pode ser conceituada como o grupo complexo, constituído por grupos sociais distintos que, ocupando uma mesma base física, compartilham da mesma evolução histórico-cultural e dos mesmos valores. A íntima ligação entre Homem e Terra cria vínculos afetivos que fazem, desses elementos essenciais, a razão do sentimento de Pátria, imprescindível para o despertar da força criadora do civismo e do orgulho nacional. A tríade dos fundamentos do Poder Nacional é constituída por Homem, Terra e Instituições e ele deve ser utilizado como instrumento a fim de que possam ser alcançados os Objetivos Nacionais Brasileiros: Democracia, Integração Nacional, Integridade do Patrimônio Nacional, Paz Social, Progresso e Soberania.
No fundamento Homem, encontramos sérios problemas. No aspecto quantitativo, uma irregular distribuição da população, ocasionando vazios demográficos, em especial na Amazônia e no Centro-Oeste, expondo graves vulnerabilidades justamente nas regiões onde são encontradas riquezas incomensuráveis. Constatamos ainda uma progressiva queda de natalidade das camadas média e rica da sociedade, na contramão do ocorrido na categoria dos mais pobres, que continuam a gerar muitos filhos, incapazes de poder propiciar-lhes condições dignas de vida.
Nos seus aspectos qualitativos, o precário nível de formação em todos os segmentos, com as exceções capazes de confirmar a regra. O sistema educacional brasileiro continua a revelar-se incapaz de preparar nossa juventude com o nível de excelência exigido para uma potência emergente, integrante dos BRICS. A situação é agravada com medidas caóticas como a aprovação automática em escolas públicas e a criminosa adoção de cotas na Universidade, em especial de caráter racial. A deterioração é de tal ordem que passa a ser rotina a agressão de professores por alunos e alguns de seus “(ir)responsáveis”. A nobre profissão está cada vez mais desprestigiada. A educação passa a ser supérflua.
A Terra representa todos os recursos naturais, os quais foram mantidos e conquistados com muito sacrifício por nossos ascendentes, considerando-se o território, com ênfase em sua rede fluvial, o mar e o espaço aéreo sob nossa jurisdição. No seu subsolo existem recursos da ordem de trilhões de dólares
É conveniente para os pretensos “defensores” dos direitos humanos de índios a intocabilidade (preservação) da rica região, em especial a amazônica, em relação aos brasileiros, pois na prática estrangeiros de várias nacionalidades já estão lá, pirateando, roubando e desviando para o exterior, sem qualquer controle, riquezas incomensuráveis. Para agravar a situação, surge até a impatriótica ideia de autorizar a venda de partes do território nacional. Além disto, existe a criminosa demarcação de “áreas indígenas” artificiais, bem como o surgimento de “quilombolas”, inventados por maus brasileiros a serviço de alienígenas.
O Congresso foi cooptado pela distribuição de verbas orçamentárias, pelas vagas abertas por dezenas de ministérios para nomeação de apaniguados e por outros meios não ortodoxos. O Judiciário, manietado pelo fato concreto de já possuir mais da metade dos integrantes de sua mais alta Corte nomeada pelos petistas, sob pressão permanente da imprensa, a reboque da existência de alguns magistrados envolvidos pela onda de corrupção que assola o país. As Forças Armadas em dramática situação de penúria, sem verbas para investimento ou sequer para as despesas de manutenção, acuadas por campanha permanente de descrédito promovida pelos inimigos da democracia.
As Instituições que poderiam impedir a implantação de uma ditadura civil estão sendo erodidas progressivamente. A Igreja profundamente infiltrada pelos “socialistas autoritários”. A Família em crise permanente, exposta à contaminação empreendida por alguns meios de comunicação, propagadores de vícios, perversões e estimuladores da desagregação. O Itamaraty aceitava até pouco tempo atrás as mais absurdas imposições de membros pertencentes ao Foro de São Paulo, detentores do poder político em países vizinhos.
Não se constrói uma Nação sem um Projeto Nacional, até agora inexistente. A corrupção endêmica não é combatida como deveria, pois a impunidade é uma certeza para os poderosos. Urge despertar as forças vivas da nacionalidade, para iniciar um processo urgente de recuperação no sentido de impedir a destruição da Nação Brasileira, objetivando a construção de uma Sociedade justa e perfeita, caracterizando o surgimento de uma Potência Mundial. 

Ir.'. Marcos Coimbra é Secretário de Educação e Cultura do SCRM – do GOB e MI da Loja Maçônica União e Tranquilidade nr. 2 do GOB/RJ, Economista e Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Sessão Magna de Elevação


Na noite desta terça-feira, dia 19 de julho de 2016, aconteceu na Loja Simbólica São José nº 14,
 Sessão Magna de Elevação dos IIrr.'. Rodrigo, Marcelo e Wellington, galgando mais um Grau na Maçonaria e subindo mais um degrau na Escada de Jacó.


A Referida Sessão de Elevação, foi conduzida de forma ritualística conforme preceitua os Nossos Rituais, pelo Ir.'. Venerável Mestre Gilberto Alves de Lima.
Todos os IIr.'. presentes tiveram participação importante, pois participaram dando sua contribuição de forma a abrilhantar ainda mais a Elevação.



Todos os IIr.’. reunidos para foto que ficará para posteridade, momento de recordação onde ficou notadamente comprovada a felicidade, a harmonia e o espírito de união que foi testemunhado em toda a Sessão de Elevação. Que mais momentos de Amor Fraternal, e crescimento maçônico continuem a acontecer.
“Valeu São José nº14”

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O alvorecer da vida maçônica






Vamos aqui hoje fazer algumas divagações acerca da Magia de ser Maçom! 
Como em um ninho de pássaros cheio de ovos prontos para se quebrarem e deles surgirem inúmeros e assustados filhotes, assim podemos fazer uma comparação ainda que grotesca com o surgimento de mais um ou vários maçons.
Muitos deles estão enclausurados em seus afazeres diários, com as suas atividades terrenas, prontos para serem chamados a deixarem os seus ninhos para conhecer os mistérios de uma Instituição milenar que muitos chamam de Arte Real.
Ali, como nos ninhos, estão sendo chocados em todo o mundo, milhares de novos maçons ainda implumes à espera da vestimenta que os farão resplandecer com toda a plenitude espargindo luzes para si e para aqueles que com eles certamente conviverão.
O alvorecer maçônico se dá diuturnamente em todo o Universo quando várias gaiolas vão sendo abertas paulatinamente para deixar livres aqueles que já são considerados por muitos outros como livres e de bons costumes.
Quando iniciam são considerados Aprendizes, pequenos pintainhos em busca de proteção e direcionamento por parte daqueles que estarão sempre á disposição para fazê-los trilharem o caminho do bem.
Mais à frente, agora como Companheiros, já um pouco mais desenvolvidos, vestirão a roupagem de um franguinho já bastante curioso para penetrar sorrateiramente nos conhecimentos dos Grandes Mistérios.
Durante algum tempo fica se alimentando para tornar-se num futuro não muito longínquo um galo com a crista bem avermelhada e com esporas afiadas para enfrentar as vicissitudes que a vida, sem qualquer dúvida, reserva para todos nós, para alguns mais cedo, para outros um pouco mais tarde e para uma grande maioria já no final de suas experiências terrenas.
O galo, como é do conhecimento de todos os maçons, representa a vigilância, aquele que ainda na aurora do dia, com o seu canto estridente, acorda homens e mulheres para o trabalho, crianças para se prepararem para ir para as escolas para o aprendizado tão importante e imprescindível para todos os seres humanos.
O galo significa que um maçom deve estar sempre vigilante contra os inimigos da Ordem. O galo é relacionado ao Orador, que é o Guardião da Lei, responsável por vigiar se a lei maçônica está sempre sendo observada.
No simbolismo dos três princípios herméticos, o Galo representa Mercúrio, princípio da Inteligência e da sabedoria. Esta ave é, também, símbolo da pureza.
O Galo é o gerador da esperança, o anunciador da Ressurreição, pois o seu canto marca à hora sagrada do alvorecer, ou seja, o triunfo da Luz sobre as Trevas. A sua presença na Câmara das Reflexões simboliza o alvorecer de uma nova existência, visto que o recipiendário vai morrer para a vida profana e renascer para a vida maçônica, sendo ele o signo exotérico da Luz que o recipiendário vai receber.
Em seu último simbolismo, o galo alude ao despertar das forças adormecidas que a iniciação pretende realizar, simbolizando também esotericamente, a "Força Moral", indestrutível, guiando os passos do maçom dentro e fora do Templo. A difícil tarefa de desbastar a pedra bruta que só se pode alcançar com algum êxito, quando realizada com a mais firme perseverança e vigilância constante.
Na vida maçônica, esta alegoria tem como figura central o Mestre Maçom, aquele responsável pela indicação, pela iniciação e pelo constante acompanhamento da evolução daquele pintainho que um dia, no momento certo, fez a casca do ovo se romper para dele sair para enfrentar as agruras e as alegrias do cotidiano da vida.
Ele será o responsável pelo aprimoramento, pelo entusiasmo e pela dedicação daquele que um dia teve a felicidade de ser tão carinhosa e respeitosamente acolhido em um Templo de sabedoria, de tolerância e de fraternidade na verdadeira acepção da palavra.
De bom alvitre lembrar que o alvorecer maçônico acontece todos os dias, pois o verdadeiro apologista do aprofundamento consciente sabe que ele nunca atingirá o seu final. Estará sim, sempre se renovando e se aperfeiçoando como a medicina do corpo no seu mister de ser a responsável pelo nascimento de seres saudáveis, aptos a enfrentarem as agruras constantes do cotidiano.
Que a maçonaria nunca tenha o seu anoitecer e sempre se mantenha altaneira e vibrante em cada alvorecer.